Algumas pessoas chegam ao consultório sem saber o que falar, ou fazem uma lista de coisas para guiá-las, para que nada seja esquecido. Porém, isso demonstra certa resistência do analisando, que não quer deixar que conteúdos indesejáveis venham a tona e que tenha que falar deles. A questão é que esses conteúdos são fundamentais para conhecer o funcionamento psíquico de cada um.
Freud pedia a seus pacientes que falassem o que viesse a cabeça, a fim de diminuir as resistências para chegar nesse material reprimido pelo analisando. Qualquer coisa que se fale é importante, mesmo quando parece besteira. Porém, para falar “besteiras” é preciso que a pessoa se sinta à vontade com o(a) analista, ou seja, que esteja em transferência com ele(a).
É importante que o analisando seja orientado sobre a associação livre, pois, por achar que não tem nada a dizer, deixa de iniciar um tratamento ou de fazer a sessão da semana. Todavia, esses momentos de “não ter nada a dizer” são muito férteis, pois é aí que se diz o que precisa.
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